O nosso estudo de hoje é sobre gestão estratégica de pessoas ou, utilizando o conceito atualmente divulgado, “People Analytics”. Sem dúvida, é necessário que os departamentos de Recursos Humanos das empresas interajam com métricas e dados estatísticos na compreensão do capital humano para se tornarem efetivamente estratégicos e isso não significa substituir o conceito humanístico de suas atribuições.
A proposta do conceito “People Analytics” no ambiente de atribuições humanísticas do RH é mostrar que, em muitos casos, as decisões subjetivas nos levam a tomar decisões erradas. O RH que passa a sustentar suas decisões humanísticas por métricas tende a seguir o caminho mais adequado no processo de desenvolvimento do capital humano, aumentando as chances de gerar os resultados esperados pelas organizações.
A empresa que não possui uma métrica que baseia suas decisões, nesse caso de desenvolvimento do capital humano (uma realidade ainda recorrente), refletirá diretamente no departamento de RH por falta de um posicionamento pontual frente às decisões dos gestores das organizações, que ainda escolhem seus colabores por empatia ou indicação de “amigos”. Essas situações, comuns nos processos de promoção interna e de recrutamento de novos profissionais, só acontecem por não haver um posicionamento estratégico do RH e uma maior integração dos gestores de todas as áreas da empresa com o gestor do capital humano.
Esta integração poderá se tornar efetiva quando o RH apresentar aos outros gestores da empresa dados fundamentados em métricas, mostrando aos mesmos que a não utilização destas métricas no processo de gestão das pessoas poderá gerar insatisfação sobre seu desempenho individual.
Outro reflexo recorrente é o absenteísmo e o presencialismo, que são duas grandes ocorrências no ambiente de trabalho que impede os resultados esperados.
O absenteísmo é a circunstância em que uma pessoa habitualmente deixa de realizar as obrigações referentes ao seu trabalho ausentando-se com frequência por motivo de saúde. A organização mundial da saúde aponta a depressão como o maior fator para o absenteísmo.
O presencialismo fala sobre a circunstância em que uma pessoa habitualmente deixa de realizar as obrigações mesmo estando presente no seu ambiente de trabalho. Estatisticamente o presencialismo além de interferir na produtividade do profissional, fatalmente irá leva-lo ao absenteísmo.
Como estamos falando de Gestão estratégia de pessoas ou “People Analytics” é importante salientar que informação é fundamental em qualquer processo de gestão, seja de pessoas ou da organização, porém, “Pior que não ter informação é ter uma informação inconsistente”¹ daí a importância de validá-las.
Com tudo, o conceito humanístico é muito importante e não vai deixar de ser, mas sozinho traz empoderamento unilateral e imparcialidade que resulta, na maioria das vezes, em decisões que não priorizam os resultados da empresa e o bem-estar de seus colaboradores. Por isso o feeling humanístico aliado a uma boa ferramenta de gestão de pessoas é um dos segredos de sucesso de uma empresa.
¹Autor desconhecido